Bolhas nos pés: como evitar e tratar

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O que você vai ler nesse artigo

Depois de caminhar por 200 km na peregrinação do Caminho da Luz, testei algumas dicas do que fazer para evitar que as bolhas nos pés apareçam, mas também como tratar elas quando Depois de caminhar por 200 km na peregrinação do Caminho da Luz, testei algumas dicas do que fazer para evitar que as bolhas nos pés apareçam, mas também como tratá-las quando surgirem. Bolhas no pés, as temidas de qualquer caminhada ou trilha. O ideal é nem ter que tratar, mas sim evitar que elas apareçam. Mas, convenhamos, em longos trajetos é praticamente impossível que isso não aconteça.

Vou escrever aqui o que eu faço e que funciona perfeitamente pra mim para evitar as bolhas nos pés, mas pode ser que para você seja diferente. Isso você só vai saber testando essa e tantas outras dicas por aí na internet afora. Mas eu vou focar no que fiz, testei e aprovei ou reprovei. Fique à vontade para inventar também outras formas de evitar e tratar bolhas, só não esqueça de contar nos comentários aqui pra gente depois!

Como evitar bolhas na caminhada

O que todos realmente querem é nem ter que lidar com elas, o ideal é evitar que as bolhas nos pés apareçam. Pra começar, tenha em mente que um pé seco é um aliado. O ideal é não tomar banho antes de começar a caminhada. Isso porque o pé pode transpirar, ficar úmido e com a fricção causar bolhas. E não adianta também tacar todo o talco do mundo. Vamos falar por camadas que fiz?

Vaselina sólida – Camada 1 

Essa dica foi do Richard, ele me aconselhou de usar uma leve camada de vaselina sólida pelo pé inteiro antes de calçar a meia. A vaselina funciona como um hidratante, evita a fricção de pele com pele e isso diminui a possibilidade das bolhas aparecerem.

Dica extra | Se tiver um lugarzinho no pé que sempre aparece bolha, pode usar band aid ou algum esparadrapo (sempre respiráveis) para diminuir o atrito da pele nessa região. Isso não é garantia que as bolhas nos pés não vão aparecer, mas é uma outra tentativa de evitar!

Meia social – Camada 2

Essa dica foi da guia de turismo de aventura Pã Marangoni, em Ibicoara na Chapada Diamantina. “No curso de guia aprendi a usar uma meia social por baixo da meia de algodão, isso evita o atrito e não dá bolhas”. Ao usar a meia e super aprovar, percebi também que a meia social não fica úmida da caminhada.

Parece que a camada de suor (porque, claro, o pé, assim como o corpo todo, vai transpirar também na caminhada) ficou na meia de trilha, e não na meia social. Eu a tirava e ela parecia já estar seca, afastando assim a água do suor dos pés, e evitando as bolhas a surgirem. Ou seja, o lema dos pés do caminhante é evitar atrito e evitar que o pé fique úmido. 

Meia de trilha – Camada 3

Existem vários tipos de meias. Há quem ande com uma simples meia de algodão e o pé fica intacto. Mas esse não é o meu caso, eu preciso de uma meia de trilha mesmo, específica. Elas têm uma espécie de antiderrapante na parte debaixo do pé, um acolchoado onde seria a joanete e no calcanhar, uns detalhezinhos que fazem a diferença.

🥾 Aliás, escolher um bom calçado também ajuda e muito a prevenir as bolhas e evitar lesões de caminhada. Veja aqui o artigo “tênis ou bota: qual escolher pra viagem?”

No episódio do Podcast Mochileiros Sem Pauta sobre peregrinação, a Marina Storch contou que leva meias para trocar durante o dia. Ou seja, ela vai com uma meia e leva outras duas secas e limpas na mochila. Em um determinado trecho ela troca as meias, já úmidas de suor, por meias sequinhas. Não testei essa porque sou time que não gosta de tirar o sapato até o final do trajeto, mas fica a dica caso queira testar por aí para evitar as bolhas nos pés!

Durante a trilha

Evite a todo custo que entre água no sapato que usa, que seu pé fique com umidade que não seja somente o suor. Tem pessoas que tiram os sapatos quando descansa, tem quem não tire e nem goste. Eu mesma prefiro tirar a bota só quando chego no destino. 

Mas, claro, sempre é válido tirar a bota para retirar pedras e qualquer coisa que entrar ali. Além de machucarem o pé, podem fazer pequenos buracos na palmilha do sapato e prejudicar a sua pisada.

Quando é uma peregrinação, uma longa caminhada, a sola do pé tende a doer. O músculo incomoda boa parte do caminho. Tem pessoas que tiram a bota, massageiam com álcool e depois voltam a colocar o sapato e seguir o caminho. Fique atenta para o pé não estar úmido ao calçar de novo, e se possível, troque a meia.

Eu sou do time que não tira o sapato até chegar no destino final. Mas quando o pé dói, costumo procurar uma pedra ou uma superfície arredondada e subir nela com o meio do pé pressionado contra ela. Isso me alivia um pouco pra continuar a jornada.

🦯 | Aliás, quer diminuir o atrito e impacto no pé, joelhos? Vem ler esse texto sobre pra que serve e como usar o bastão de caminhada!

Cuidado no final da caminhada

Para mim, esse trio de vaselina, meia social, e meia de trilha foi o melhor para qualquer dia de longa caminhada, evitou as bolhas e deixava o meu pé mais inteiro no final do dia. Mesmo assim, uma boa massagem no pé todo dia depois de tirar a bota. Se o músculo do pé, principalmente da sola, estivesse dolorido: dá-lhe massagem com arnica.

Um banho quente, mais massagem, colocar as pernas pra cima por um tempo. E dormir bem, porque no dia seguinte tinha mais caminhada.

Como tratar as bolhas nos pés

Ninguém começa a caminhar querendo ter essas belezinhas nos dedos dos pés, mas se elas aparecerem, também é bom saber o que fazer. No meu caso, eu tenho um dedinho torto e não importa o que eu faça, o atrito que tem com o outro dedo é inevitável e por mais que eu use esparadrapo respirável ou Bandaid nele, prevendo que vem bolha por aí… ela vem mesmo assim.

Linha e agulha

A primeira coisa que você tem que entender é que a pele da bolha está morta, você não sente dor nenhuma ao furar. Sim, furar. Pegue uma agulha, esterilize-a (com fogo ou álcool) e passe uma linha de costura nela. Fure a bolha em um lado e passe até chegar ao outro lado dela. Puxe a agulha do outro lado e deixe a linha passando por ela (como na foto abaixo).

Se tem muito líquido e está difícil de sair tudo, faça um nó em uma das pontas da linha e puxe do outro lado (sem tirar a linha). Isso vai fazer com que uma das saídas abra mais um pouco e isso facilite o líquido a sair. pode pressionar com cuidado também para auxiliar sair ainda mais o líquido.

Cuidados extras

Jamais retire a pele de cima da bolha, ela é o que chamam de “teto da bolha”. Ela está protegendo a pele abaixo que está super sensível e não pode ficar exposta. Deixe a linha ali a noite toda, se possível, e durma sem meias para o pé e a bolha respirarem.

A linha no pé vai fazer o trabalho de manter o buraco da agulha aberto e vai drenar o líquido que está lá dentro. Isso vai facilitar da bolha secar, a inflamação diminuir e muito. Com isso, a pele “teto da bolha” vai endurecer e criar uma grossa camada protetora na pele sensível que está abaixo, te protegendo nessa nova caminhada.

Bolha embaixo de calo

Vez ou outra meu calcanhar, que já está uma grossa camada de calo, inventa de dar bolha. Para furar essa bolha tem que atravessar uma proteção tão grande que fico com receio de furar a carne mesmo e doer. Tome cuidado para não fazer força demais e acertar pele viva, sem ser o calo, porque dói muito. Nesse caso, se der, recomendo furar pela lateral do calo, onde a pele ainda está mais fina.

Antisséptico e escalda pés

Se possível, passe algum antisséptico por cima para evitar inflamações. Faça massagens nos seus pés e cuide muito bem deles, porque são eles que te levam para fazer essas caminhadas e doidêras todas. Use arnica, levante as pernas, massageie bem.

Uma dica que aprendi na trilha de 5 dias em El Mirador, na Guatemala, foi: depois que passar a linha na bolha do pé, faça um escalda pé bem quente. Encoste na água quente a parte do pé em que a bolha está (lembre-se: já com a linha dentro). Segundo eles, a água bem quente entra pela linha e “limpa” dentro da bolha, ajuda a esvaziar o líquido inflamado que está dentro e a secar também.

Não é para mergulhar o pé ou deixar o dedo queimar na água fervendo, vai colocando e tirando a bolha da água. Conforme a água for esfriando, deixe um tempinho a mais. Quando der, mergulhe o pé, mas não force, não se queime.

É verídico? Tem comprovação científica? Não sei, mas o chá de capim-cidreira da minha vó também não tinha e funcionava pra cólica… testei, funcionou pra mim, quem sabe essas dicas para tratar e como evitar as bolhas nos pés não funcionam pra você também! 🙂 

Tira a linha e bora pra outro dia

Na manhã seguinte é só tirar a linha, puxar de um dos lados. Ao tirar a linha você vai notar que ela vai estar dura, puxe com cuidado. Depois, faça o seu ritual normalmente para colocar o tênis ou bota para começar a caminhada e bom caminho!

Última dica | Não é recomendado tomar banho antes de ir caminhar, porque o pé fica úmido e pode transpirar depois para regular a temperatura. E como falamos muito aqui, um pé úmido é um prato cheio para as bolhas aparecerem.

👟 | Aliás, escolher bem o sapato que vai fazer trilha também é muito importante. Confira essas dicas!

É isso, viajêra!

Aqui foram algumas dicas que testei, aprovei ou reprovei e estou aqui te contando para facilitar a sua jornada. Teste o que faz sentido pra você, nos conte como você evita e lida com as bolhas nas trilhas também. Afinal, essas são as minhas dicas, mas tem tantas outras que pode ser que o seu comentário ajude outra viajante!


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2 respostas

  1. Fiz o caminho de Santiago de Compostela. E não conheci nenhum peregrino que não tivesse tido uma bolha, acho que é inevitável, mas uma estratégia que usei e acredito ajudou muito foi usar a vaselina, meia social, meia de trilha e uma compressiva tipo daquelas para varise. Outra coisa é a cada duas horas parar tirar tudo limpar com álcool fazer uma massagem nos pés colocar a vaselina e as meias e continuar a trilha. Mesmo assim uma hora elas aparecem, as bolhas, infelizmente daí é usar o esquema da linha mesmo.

    1. Não tem como não ter bolha, realmente, mas essas dicas pra evitar foi o que me salvou na peregrinação! Como já tenho a pisada torta, uma pé fica cheio de bolha e o outro sai que nem pé de neném hahahah eu não costumo tirar a bota na trilha, só se tem um pedra nela. Meu pé dá uma inchada e depois dói mais ainda pra calçar a bota, acho que vai de pessoa pra pessoa. Mas importante ter o seu relato aqui também para as pessoas testarem e ver o que mais dá certo pro pé delas! 🤗 Obrigada pelo comentário, Marcelo!

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