Confiando em estranhos na Bolívia

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O que você vai ler nesse artigo

Texto escrito pela passarinha peregrina Rozane Mesquita do @rozanemesquita

Saí de Samaipata/BO já enjoada de tá ociosa por conta das festa de fim de ano. Não consigo ficar bem nos lugares se eu não estiver fazendo alguma coisa. Caminhei com meus 11kg nas costas e mais uns kg na frente, num solzin lasqueira que me lembrou Manaus.

Em “Samaitrampa” tava ora sozinha, ora com um migo de quarto, ora cos hippie passeando e conversando, enquanto eles bolavam e fumavam um “porrito”. Peguei uma mini van com a ajuda de umas senhoras (tem sempre uma mulherada maravilhosa me ajudando) e cheguei em Mairana pra pegar o bus até Cochabamba.

Reconheci os meninos que estavam no mesmo hostel que eu em Samaipata, mas não nos falamos. Umas 8h de bus e íamos chegar no comecinho da madrugada. Bus na Bolívia não tem banheiro, então tem que esperar até ele fazer uma parada pra irmos ao “baño” e/ou comer alguma coisa.

Caos pra quem é mijona que nem eu. Chegamos 1h30 da matina, frio brabo e eu ia dormir no bus até 6h da manhã (outras poucas pessoas também), seguir pro meu hostel e ficar esperando até às 12h pra poder fazer check-in. Ia ser pesado. Bus parado no centro, sem banheiro nem no ônibus, nem em qualquer lugar e eu já tava até o pescoço de xixi guardado.

Um dos meninos me abordou. Sabia que eu estava viajando sozinha e me salvou. Perguntou se eu não queria ir pra sua casa dormir um pouco e depois eu decidia o que fazer: ir pro hostel ou ficar na sua casa. Ele, um rapaz de 20 e pouquinhos anos.

Seus pais estavam do lado de fora esperando. Confiei e resolvi aceitar a proposta. Minha intenção era passar só 1 dia em Cochabamba, passei 3 com a família e amigos do Esteban. Que mudança de planos!

Tô contando isso porque ontem, ao contar essa história, eu ouvi: “Nossa! Corajosa! porque eu não iria”. E temos que desconfiar mesmo. O tempo todo. Mas aceitei, porque tudo conspirava pra eu aceitar…Tem muita coisa pra tirar de lição disso, inclusive o fato de sempre ficarmos na zona de conforto (não tão confortável) da desconfiança.

Mas, por enquanto, eu só queria falar que existem pessoas maravilhosas e generosas nesse mundo. E com elas, sigo aprendendo, mudando e me autoavaliando. Não necessariamente nessa ordem. 

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