Quando pensamos em praias não imaginamos ir no inverno, frio, nublado, mas foi com esse cenário que a Camila fez seu segundo trabalho em troca de estadia com a Worldpackers. O destino foi Torres, no Rio Grande do Sul, e com esse texto Camila nos convida a olhar o mar e a praia no inverno com outros olhos.
Relato escrito por Camila Pimenta de BH para Torres (RS) | 2019
A maioria das pessoas preferem praia e sol. Eu não digo que não gosto de mar e sol, eu gosto sim. Minha melhor viagem para a praia foi durante o verão de 2020 em Prado, na Bahia, lindo estado. Mas muito aprecio sentir o vento gelado, contemplar os céus chumbo e o mar tempestuoso à minha frente. Por isso tive dias tão agradáveis em Torres.
Torres, gosto desse nome. Me dá uma ideia de amplitude e imensidão. E Torres também é uma cidade com as mais belas praias do litoral do Rio Grande do Sul, estado inclusive que eu curto muito. E falando em curtir, eu curto praia no inverno. Quero dizer, mar, vento, frio e eu… praias semi desertas. Como não gostar?
E assim vivi minha segunda experiência Worldpackers como viajante solo em praias gaúchas, no inverno de 2019.
Rotina de uma Worldpackers
Explicando de modo bem resumido, Worldpackers é uma plataforma que permite que você troque hospedagem por trabalho voluntário. Estive em um hostel por 15 dias. Era um belo hostel, com um lindo jardim e sentada num banco no quintal podia ouvir o mar.
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Como eu escolhi viajar numa época de baixa temporada, o hostel recebeu hóspedes apenas uma vez, não mais do que isso. Dessa forma eu tive pouquíssimas tarefas a cumprir, a não ser cuidar da organização e limpeza. As atividades variam de acordo com o voluntariado.
Eu tive muitas horas livres para passear pela cidade. Geralmente o tempo exigido para fazer as atividades é 4 ou 5 horas diárias. Eu aproveitava o período da tarde para explorar a cidade, conheci os principais pontos turísticos de Torres a pé. É uma cidade pequena, em cinco minutos chegava ao centro, à rodoviária ou ao supermercado.
Gostava muito de ir até à praia para admirar o mar nos dias nublados e frios. Estar em contato com o mar era maravilhoso. Eu fiz amizade com um casal de voluntários que chegaram lá no hostel antes de mim. E saímos algumas vezes com a anfitriã do hostel para passear pela praia e para experimentar comida japonesa.
Detalhes da vaga
Como o hostel era grande eu não precisei dividir o quarto com ninguém, mas saiba que muitas vezes será necessário dividir o quarto com hóspedes ou outros voluntários. Eu pude usar a cozinha para fazer minhas refeições e tinha direito ao café da manhã. A maioria dos voluntariados oferecem refeições. Houve uma semana que eu fui numa frutaria e comi frutas a semana toda.
Além disso, tinha direito também à lavanderia, isso auxilia muito. E eu tive duas folgas por semana, o que foi ótimo. Todo voluntariado Worldpackers inclui folga, seja 1, 2 ou até 3 dias. E durante as folgas é bacana você se programar para conhecer outros lugares legais ao redor. Foi o que eu fiz: viajei para a serra gaúcha e para o estado ao lado Santa Catarina.
Na minha próxima viagem vou querer ser mais econômica, não gastar sem fazer um planejamento financeiro. Minha dica para quem vai viajar sozinha para Torres no inverno é planejar os passeios que queira fazer na cidade para não voltar tarde para o hotel / hostel / Airbnb, porque escurece cedo e as ruas ficam quase vazias.
Sabe o que é mais legal na experiência Worldpackers é você ter a oportunidade de ficar mais tempo numa cidade em que a maioria das pessoas só ficam alguns poucos dias, como nessas praias que fui. Você começa a ter uma vivência quase como local.
Viajar sozinha
Essa foi minha segunda trip solo e posso afirmar com certeza que viajar sozinha sendo mulher é algo muito bom, mas difícil ao mesmo tempo. Num certo dia eu voltei mais cedo da praia porque embora fosse uma praia deserta, eu estava receosa de estar ali sozinha.
E como estava no inverno, os dias escurecem mais cedo, principalmente no sul do país. Daí que quando eu saia pela cidade me acostumei a voltar até às 17h porque não queria estar na rua quando escurecesse.
É isso. Viajar sozinha como mulher é uma mistura de sentimentos.
Eu gostei muito dessa viagem, coleciono queridas lembranças e o melhor: lembranças únicas que vivi comigo mesma, ou que compartilhei com o pôr do sol, a ventania nos dias frios e nublados, com o mar…
Foi muito bom ter tido a oportunidade de curtir minha própria companhia num lugar de paisagens tão belas. Eu construí uma rotina muito agradável nestas duas semanas. É isso, viajar sozinha permite que você explore mais a si mesma. Por isso gosto dessa frase: go find yourself, traduzindo: vá encontrar a si própria.
Por isso digo: se permita viajar sozinha mulher. Se atreva a viver essa experiência. Seja através da Worldpackers ou de outro modo. Pra mim, viajar para essas praias com a Worldpackers foi o caminho que precisei seguir. Encontre seu caminho e vá. O mundo é grande e lindo demais. Mesmo estando na praia num dia frio de inverno…
Se gostou desse relato do Camila, leia também esse outro relato onde ela contou sobre o primeiro voluntariado dela em Ouro Preto (MG).
Dica do Elas
Aqui no Elas Viajam Sozinhas temos um artigo completíssimo sobre a Worldpackers, te ensinando como montar o seu perfil e também como escolher uma vaga para você. E, claro, se quiser se aventurar também com a Worldpackers, não perde esse desconto de 10 dólares para assinar e ser membro também!