Viajar sozinha: segurança e assalto

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Nesse relato você pode conferir a história de Magê, que sofreu um assalto enquanto estava viajando sozinha no litoral paulista. Ela compartilhou uma reflexão que fez sobre essa experiência ruim, que todos estamos expostos a passar. Na viagem então, tem um peso maior.

Ubatuba, São Paulo | Dezembro 2017 – Por Magê Costa

Eu fui para um hostel fazer trabalho voluntário. O Natal foi um dos dias mais felizes e desafiadores da minha vida. Fui de ônibus sozinha para uma cachoeira seguida de praia, estava ensolarado e o mar tranquilo.

Um dos meus pequenos sonhos da vida era aprender a boiar. Quando eu era pequena, pedia para a minha mãe me ensinar e ela dizia “é só fazer assim”. Nunca consegui. Nesse dia, entrei no mar e estava tão plena, tão feliz por ter me permitido viver a experiência dessa viagem que quando menos esperava, estava boiando. Foi um dos momentos mais incríveis que eu já vivi. Fiquei por muito tempo ali, literalmente “going with the flow” (deixando fluir), sentindo toda a energia daquele momento que era muito significativo para mim.

Fui embora leve, feliz e realizada. Peguei o ônibus, passei no mercado, caminhada de 15 minutos. Começou a chover e como moro em São Paulo, a chuva é associada ao caos. Nesse dia, a chuva foi purificadora. Escolhi caminhar pela orla até que vi um homem de bicicleta vindo até mim. Levou embora minhas sacolas do mercado, minha mochila, meu livro. Aquela viagem se encerrava ali.

No hostel, tudo que eu ouvi foi “Ninguém te falou para não andar sozinha?” “Se fosse comigo, ele não teria me assaltado, eu teria batido nele”. Realmente, é muito mais fácil assaltar uma mulher sozinha do que um homem.

Essa experiência me trouxe mais reflexões sobre os riscos de viajar sozinha. Não era a primeira vez que eu fazia isso e nem era o destino mais distante, mas foi ali que eu entendi o peso e a leveza de ser mulher. Ao pensar no que vivi, me recordo de Kundera: “A contradição pesado-leve é a mais misteriosa e mais ambígua de todas as contradições”.

No dia seguinte, voltei para São Paulo de carona com um homem desconhecido. Confiei nele e sou eternamente grata pela ajuda, afinal, eu estava sem celular, sem dinheiro, sem cartões, sem ninguém saber o que tinha acontecido.

Se eu parei de viajar sozinha? De jeito nenhum!

Faria tudo de novo, mas agora sabendo boiar e com um aprendizado importantíssimo: não importa o quanto você seja corajosa, ser mulher requer muitos cuidados nessas situações e é, de fato, uma contradição pesado-leve.

Dica do Elas 🌻

Difícil passar por essa situação numa viagem, ainda mais sozinha. Ao chegar numa cidade pergunte para as pessoas que moram lá se tem lugares e horários que é melhor evitar de ir sozinha. Para saber em relação à assedio, pergunte à mulheres de preferência. Elas vão saber as ruas que a iluminação está ruim, onde elas evitam de ir sozinha, e horários. Nem sempre os homens vão ter o mesmo olhar porque eles não reparam tanto isso.

Continue acompanhando a viajera Magê!

@magecosta – Magê, 29 anos, apaixonada pelo oceano, rios, trilhas desafiadoras, estrelas e lugares novos no próprio mapa. Suas origens são baianas, paranaenses e catarinenses. Como boa baiana, não troca por nada um pouquinho de sol e sossego. Como boa paranaense e catarinense, não troca por nada sua hora do chimarrão.

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