Quando passamos por um término de namoro é difícil nos enxergamos sozinhas, que dirá viajar sozinha. Nesse relato a Carla Raissa nos conta como foi pra ela passar por um término e se jogar numa viagem sozinha para Jericoacoara, um destino super romântico.
Jericoacoara, Ceará | Outubro 2018 – Por Raissa Lima
Eu passei por um término em 2018, tive que encarar a velha solidão (e que hoje para mim é maravilhosa), entender que as coisas não são no nosso tempo.
2018 foi um ano muito bom (ainda está sendo) e também foi muito conturbado para mim, passei por muitas coisas, tive que engolir muitos sapos e claro, o melhor, amei demais. Após ter ocorrido um término, tive que encarar a velha solidão (e que hoje para mim é maravilhosa), entender que as coisas não são no nosso tempo.
Sempre no 2º semestre de 2018 ocorre um evento muito bacana na praia da Taíba/CE, o Festival do Escargot e lá tem uma praia maravilhosa que fica aqui no Ceará. Combinei com uma amiga, mas ela deu uma ideia bem melhor, ir à Jericoacoara. Até pelo fato de valores também, valeria bem mais a pena ir à Jericoacoara do que ir para a praia da Taíba.
Eu topei, nem pensei duas vezes. Na última hora ela não pôde ir, assustei. Fiz um roteiro super básico mesmo e fui só, pois já tinha reservado a hospedagem. Encarei esse desafio, nunca tinha viajado sozinha.
Fui à Jericoacoara sozinha, fiquei em um hostel (nunca tinha me hospedado em um antes) incrível, pessoas incríveis também, rústico, simples… me senti super abraçada no local. Fiquei um pouco receosa, até por nunca ter ficado em um e por ter homens também no quarto, mas foi tão incrível, conheci as 7 pessoas que estavam no mesmo quarto comigo.
Assim que cheguei fui guardar minhas coisas, me troquei e desci para a praia, nesse caminho do hostel à praia fui olhando as lojas, restaurantes, os becos lindos de Jericoacoara e claro, fiquei tão encantada pela simplicidade, por me sentir à vontade. Foram 4 dias andando de chinelas ou com os pés na areia, rindo sozinha dos outros e de mim, claro.
É óbvio que tive aquele pensamento “não acredito que estou fazendo isso”.
Mas nunca me senti tão livre, tão em paz, tão solta. Fiz tudo o que eu queria fazer, acordei no meu horário, dormi no meu horário; fui para os dois passeios que já estavam programados. Assisti sozinha o grande espetáculo do pôr do sol nas dunas de Jericoacoara.
Conheci uma turma incrível do Maranhão, até hoje nos falamos, foram as primeiras pessoas que conheci e me falaram que fui corajosa por viajar sozinha, sem companhia, mas falei para eles que a melhor companhia que já tive foi a minha.
No outro dia fiz um passeio e fiz amizade com uma turma de Minas Gerais, eram quatro casais, bem mais velhos do que eu, idade de serem meus pais, me senti super acolhida e eles me acharam muito corajosa também por viajar sozinha, e essa palavra “CORAJOSA” que se repetia por várias vezes me fez mostrar o quanto sou capaz de viajar sozinha.
Sobre minhas fotos iradas e vídeos gravados? Ah, o guia de turismo fotografou minhas fotos em todos os lugares dos passeios e gravou meus vídeos.
Claro que o MEDO sempre existe, mas sempre temos que encará-lo com aquela ansiedade e com o frio na barriga.
Vi o pôr do sol sozinha, jantei sozinha, almocei sozinha, tomei minha cervejinha sozinha sem ninguém ficar dando palpites do que tomar ou comer, vivi esses quatro dias só para mim; obviamente que fui cautelosa e soube me cuidar. Me reencontrei, me amei, soube desfrutar de cada detalhe de Jericoacoara. Viajar sozinha, para mim, não significa que eu vou ficar sozinha, muito pelo contrário, fiquei rodeada de pessoas de vários lugares, rindo, ouvindo histórias, aprendendo e se divertindo.
Na solidão a gente aprende muito sobre a nossa companhia!
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