Quando entramos num relacionamento, num namoro nem pensamos mais em viajar sozinha. Realmente muitas de nós buscamos viajar sozinha por não ter companhia, mas se é algo que realmente gostamos, que nos faz feliz, faz parte de nós. Não devemos deixar de lado. Afinal, só é possível estar bem com o outro, estando bem sozinha.
Peru – Fevereiro, 2018 | Luísa Torres no @trluisa
Para nós, mulheres, a companhia de um homem é lida socialmente como sinônimo de segurança. Assim, durante meu namoro que durou quase 6 anos, me habituei a estar sempre acompanhada, me sentia confortável e segura naquela situação e passei anos incomodada até em almoçar sozinha.
O planejamento da minha viagem começou em conjunto com meu namorado, porém ao longo das conversas sobre a futura aventura eu via que ele estava cada vez mais desanimado, mas nunca me falava que não queria viajar. Até que depois de anos me disse que faria um intercâmbio. Ali eu soube que não teria mais companhia, já que a agenda com os amigos nunca encaixava.
Em fevereiro de 2018 começou minha primeira viagem sozinha enquanto meu namorado fazia seu intercâmbio. Fui para o Peru fazer trabalho voluntário. Ao entrar no avião senti um medo enorme e caí no choro, que aos poucos passou e deu lugar a euforia.
O primeiro passo
Pela primeira vez eu estava sozinha em outro país e a cada dia que passava eu me distanciava do medo da solidão e me sentia mais entregue e inteira em cada momento que eu vivia.
Me lembro que eu tinha alguns receios e me contive em situações com festas e bebidas por exemplo, mas minha confiança só crescia e percebi que eu me bastava no mais amplo sentido. Eu estava feliz sozinha e finalmente consegui materializar minha independência. Não tinha mais medo de enfrentar as situações desacompanhada, pois já tinha consciência da minha potência.
Não vou dizer que a decisão de ir sozinha foi fácil, mas com certeza foi a melhor coisa que fiz por mim nos últimos anos. Depois de anos em um relacionamento foi essencial para eu me conectar novamente comigo, lembrar das coisas que eu, individualmente, gostava e alimentar a vontade de seguir com todos os meus projetos independentes.
Afinal, só é possível estar bem com o outro, estando bem sozinha.
Continue acompanhando a viajêra Luisa Torres no @trluisa | Sou mineira, tenho 28 anos e moro no Rio de Janeiro desde os 13. Desde que conheci a Cordilheira dos Andes em Mendoza em 2014 me apaixonei e desde então aproveito cada uma das minhas férias para explorar mais um pouquinho da intensa América Latina.