Autoconhecimento não é fácil, nos mostra lados que não gostamos e nos faz também comparar com outras pessoas, mas situação pode piorar quando nos comparamos com outras versões de nós mesma. Foi o que me fez perder o chão, não enxergar onde estou por ficar com a cabeça de onde vim.
Devaneios no caderno | Março 2022 | Por Lanna Sanches
Voltar a viajar depois de 2 anos parada tem sido um desafio diário. Não só físico, mas emocional também. Talvez eu esteja mais acomodada, preguiçosa. Confesso que a cada trilha ou decisão que eu faço no modo “fácil”, vem uma vozinha no fundo da mente dizendo: “A Lanna de antes iria…”, “a Lanna de antes faria…”.
A forma de viajar mudou, o mundo não é mais o mesmo, eu não sou mais a mesma e agora eu ainda tenho 2 companheiros de estrada. Vou viajar sozinha de novo daqui um tempo e…não sei dizer o que sinto.
Viajar pelo Paraguai foi a beleza do imprevisto, do desconhecido, o não ter informações nenhuma e mesmo assim se jogar (ou tentar). Aliás, não era esse o coração da viagem que eu tanto amava?
A viajante que eu era é a viajante que eu admiro, que quero voltar a ser. Quero ter um gosto de novo de ser aquela minha versão tão leve, tão gostosa de viver, com tanta energia, tão imprevisível.
Afinal… quem não se perdeu de si nesses dois anos? 🙃
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Quem sou hoje?
Agora eu me sinto confortável ao visitar a mesma padaria quatro vezes na mesma semana. Criar pequenas rotinas, poder comprar um saco de granola grande, ou até um abacate e um cacho de banana e poder esperar o tempo de madurar.
Com tantas incertezas desses últimos 2 anos eu quero me agarrar nas poucas certezas que tenho. Que é… nenhuma, ou talvez seja a certeza daquele café delicioso na esquina.
Isso pode ser uma fase e talvez eu volte a viajar como antes. Ou pode ser que eu sou outra e preciso me dar tempo para me conhecer de novo. Sem me comparar com quem um dia eu fui, mas apenas me abrir para quem sou agora.
… quem sou eu agora?
Sou uma pessoa que com certeza sente mais dores no joelho que antes, que tem mais manias de limpeza e ainda carrega álcool gel pra todo canto. Alguém que agora tem muito mais trabalhos a entregar, e um projeto (@elasviajamsozinhas ❤️) pra dar conta. A verdade é que a Lanna de antes não passou pelo o que eu passei. Aliás, é graças àquela Lanna que hoje eu tenho dor no joelho.
Por mais que eu não seja a pessoa que já fui um dia, tão aberta quanto antes, não posso me comparar comigo mesma. É injusto com quem sou hoje, me tira o tempo de conhecer quem sou. Ou, pior, me tira tempo de construir quem eu quero ser, construir o que eu quero fazer dos meus dias.
Ainda não sei o que serei, só sei que aquele cafézinho na esquina me espera!
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