Ter um namorado não quer dizer que eu não possa viajar sozinha, apesar de já ter acreditado nisso, porque nos dizem que é assim que funciona. Nesse texto trago algumas reflexões para fazermos juntas sobre relacionamento amoroso e viajar sozinha. Vamos repensar isso? Depois conta nos comentário o que pensa sobre!
Antes de entrar num relacionamento era comum eu inventar um namorado para sair de perto de caras que só respeitam o “não” de uma mulher se ela “já estiver com alguém”. Cheguei até a usar uma aliança falsa se me sentisse insegura em algum lugar.
Claro que inventar alguém nunca é bom, porque eles teriam que respeitar a minha decisão , mas a verdade é que isso cansa, é repetitivo e muito provavelmente eu só vou perder a paciência e estragar minha semana na viagem ao invés de simplesmente ser respeitada.
O que acontece é que agora eu namoro… não é alguém inventado, ele existe. E agora não minto, mas me canso ao responder a pergunta: “mas se você tem namorado, então por que você vai viajar sozinha?”
⚠️ Quando vamos poder viajar sozinhas sem sermos questionadas sobre homens?
“A pessoa perfeita”
E, claro, parece que falar “porque eu gosto de viajar sozinha” não é o suficiente. Parece que tem algo de errado no meu namoro, como se a nossa companhia não fosse boa, não damos certo, não nos gostamos o suficiente. Afinal, se fosse boa, a gente iria querer passar 24h por dia juntos, não é assim que funciona?
Nos ensinaram que um casal que realmente se ama faz tudo junto, concorda com tudo, são perfeitos um para o outro, que sonham as mesmas coisas… e na vida real não é nada disso. Aquele relacionamento onde um vai, o outro vai estar atrás, que fazem tudo junto não é o que gostamos.
Que deixaram até de sair com amigos ou, se saem com eles, levam sempre o namorado/a. Se afastam de hobbies que amavam, e até de projetos que tinham antes. Não é isso o que nos ensinaram que é um relacionamento? Abdicar de si e se transformar em um, mas e se eu não quero isso?
E me desfazer dessa ideia de alma gêmea, de que existe alguém que vai “me completar, que vai se encaixar em tudo na minha vida, foi o que me fez tirar o peso do relacionamento também. Fomo ensinadas a sonhar com o casamento, a ficar feliz por ser escolhida por alguém. Mas também tenho que escolher o que quero pra mim, e não só esperar ser escolhida.
Por que as pessoas querem que eu seja a mulher dos sonhos dele? Eu não quero ser a mulher dos sonhos dele, porque se eu for a mulher dos sonhos dele, eu não sou eu. Eu vou ser uma pessoa que ele imaginou, uma extensão dos desejos dele.
Vídeo “desconstrução do amor romântico” por Nataly Neri
Formas de amar
Quando você viaja entra em contato com outras culturas. E nisso, aprendemos novas formas de se relacionar e amar. E quando nos despimos do que é certo ou errado, que a nossa cultura não é a “certa”, a gente passa a refletir no que faz sentido pra nós.
Lembro quando conheci 2 casais canadenses já de idade viajando juntos. Dois deles eram ex, e estavam agora todos viajando juntos com os atuais parceiros. Aquilo me assustou, mas depois me encantou. Eles me falaram sobre amizade, sobre respeitar os desejos do outro e até mesmo sobre admiração e amor pós-término. Faz sentido continuar tendo um carinho por alguém que foi importante para nós.
Viajar sozinha me fez também experimentar amores e formas de amar que não são da minha cultura. Com isso, aprender que um simples beijo numa cultura pode ser já o início de um namoro. Enquanto em outros um beijo na rua é inaceitável. Que para algumas culturas a não-monogamia é algo natural, e questionar sobre monogamia e como colocamos o relacionamento no centro de nossas vidas (principalmente mulheres) é importante.
E entre tantas formas de amar, vou encontrando a minha forma.
Eu acho que o processo de se apaixonar por você mesma está atrelado a você se conhecer muito e perceber o quão maravilhosa ou maravilhoso você é. Acho que a principal dica é: vai se namorar um pouquinho. É importante a gente parar para se namorar, mesmo que já esteja com outra pessoa.
Vídeo “tá, mas como faz isso de se amar?” de Jout Jout
O que viajar sozinha me ensinou sobre amor
Lembro até hoje do dia que disse “não” para um grande amor de estrada para poder continuar seguindo o meu roteiro do jeito que eu queria. O frio na barriga de negar um amor para dizer “sim” pra mim. O medo da reação, de se arrepender. E pra minha surpresa: o apoio foi tanto que eu até estranhei.
“Será que gosta de mim?”, pensei. Hoje, eu me responderia: “E quer amor maior do que alguém te incentivar nos seus sonhos que não incluem ele?“
Me senti grande, me senti corajosa por estar seguindo o que quero, por estar ouvindo o que eu precisava naquele momento e me manter firme nisso. A minha admiração por mim foi tanta que eu sentia orgulho de mim mesma. E por ele ter me apoiado tanto, me incentivado, foi também o que nos uniu: o simples fato dele respeitar meus desejos e sonhos (mesmo que não o inclua).
Esse amor de estrada acabou depois de alguns meses por motivo de distância, mas aprendi lições que levo para a vida toda: a construir um relacionamento que quero, sendo fiel a quem sou, sendo respeitada pelo que quero, e com o apoio nos meus sonhos individuais. E claro, eu fazer o mesmo por amores que divida a vida comigo: seja amigos, família, amores.
Pensei muito no que eu busco num namorado, minhas necessidades, meus limites, vontades. Entendi o que é importante pra mim numa vida a dois hoje. E sempre que posso, vamos mudando e conversando. Precisamos realinhar vontades, necessidades, limites… Conversas, conversas e mais conversas.
É muito importante você ter a plena certeza que você é um ser independente que banca a própria felicidade, sua própria vida, suas escolhas…. ter a certeza de que você vai ser feliz independente das suas relações amorosas.
Vídeo “por que eu e meu namorado dormimos em quartos separados?” de Lela Brandão
Construir um relacionamento
Nos ensinaram que um casal que realmeeeente se ama faz tudo junto, concorda com tudo, são perfeitos um para o outro, que sonham as mesmas coisas… pronto, felizes para sempre. A vida real não é nada disso. Não pensamos igual, temos vontades diferentes, brigamos e temos até mesmo planos diferentes.
Mas como não queremos isso… E se a gente pudesse tirar isso que aprendemos e colocar na mesa o que realmente seria bom pra nós? Sem pensar nesses moldes que já vem pronto, o que faz realmente sentido num relacionamento PRA NÓS como casal?
Queremos construir um relacionamento para que realmente a gente possa expressar a nossa individualidade, construir um relacionamento que faça sentido pra gente. E isso quer dizer que sim, vamos continuar viajando separados, vamos continuar fazendo novos amigos e amigas, não vamos ser a única rede de apoio um do outro, que vamos apoiar o outro a ir atrás dos sonhos (mesmo que não nos incluam neles), vamos continuar traçando planos e desejos para nós juntos, mas também separados, e muito mais.
Nós dois viajávamos sozinhos antes de nos conhecermos. Por que parar de fazer algo que amamos e que nos faz tão bem?
Inclusive, se eu fosse pensar só em planos para nós dois, o Elas nem existiria. O Elas é meu sonho e meu projeto, sem envolver meu namorado. Afinal, se eu quero viajar sozinha, incentivar que outras mulheres façam o mesmo, ele não está incluído nisso.
Aliás… isso de construir um relacionamento que quero acabou também indo para construir as amizades e família também. Todo relacionamento é uma forma de amar, e amor é construção, ação. Como eu tenho cuidado desses outros amores?
Ciúmes, é você?
Uma pergunta que temos que responder muito quando viajamos separados é: como vocês lidam com os ciúmes? Ciúmes não é um sentimento proibido, não existe sentir certo ou errado, mas vamos questionar o porquê sentimos isso?
Mas mais que isso: já tomam por fato que eu sou ciumenta. O que não é verdade. Desde criança vendo filmes, novelas, séries, lendo livros, estamos acostumadas a ver como nós, mulheres, temos que temer as outras e a se proteger de ser traída. E eu lembro até de ter lido na Capricho que demonstrar um pouco de ciúmes era bom pro relacionamento (!!!). E vamos combinar, que pessoa não teve uma péssima história de confiança em homem hétero (meu caso), é foda confiar, né?
Assim como ele, eu também saio, conheço gente nova, viajo sozinha. Mesmo assim, recebo BEM mais mensagens sobre o assunto que ele. E não é uma crítica, mas porque eu tenho que ser a ciumenta? Por que tem que existir o ciúmes?
Aceite que a pessoa com quem você está é livre para ir embora. Relacionamento não nos faz donos de ninguém e nem nos dá o direito de controlar pensamento, sentimentos e relações da pessoa amada. Aprendemos que amar significa possuir o outro e vemos essa obsessão como prova de amor.
Desaguar Psicologia
Ele não é meu, ele está comigo. Nenhum papel passado ou anos juntos vai mudar isso. É aquilo, aquela escolha diária de permanecer juntos. Se eu não confiasse nele, que ele vai me respeitar e respeitar os acordos que fazemos juntos pro nosso relacionamento, eu nem estaria com ele. Se não existisse confiança no meu namorado de que ele respeita o que acordamos juntos, viajar sozinha pareceria loucura.
Mas você não tem medo de ser “““trocada”””?
Nesse caso falo de relacionamento monogâmicos, relacionamento não-mono são diferentes nesse quesito.
Sim, viajar é também sobre fazer amizades (uma parte deliciosa), conhecer gente nova, dar umas risadas, fazer uma trilha, o que seja. Inclusive, acho importantíssimo um homem que eu me relaciono ter amizade com mulheres. E eu não falo só de manter as antigas, falo de conhecer gente nova também. E nessa a gente tem muito medo que algo físico aconteça com a pessoa que nós estamos e outra pessoa.
Mas se a pessoa que eu estou não consegue conhecer uma pessoa, ter uma boa conversa, sair pra beber, fazer trilha juntos, e simplesmente admirar ela por ser uma pessoa / companhia incrível e não somente sentir tesão, triste demais isso. Mas que lindo um homem admirar mulheres e outras pessoas pelo o que são, não?
Ele não é meu tudo e nem eu tudo dele, mas a gente faz a vida um do outro com certeza ser muito mais leve. Temos que aceitar que os relacionamentos possam sim ter um fim, ele pode conhecer alguém. E se ele encontrar alguém com quem queira se envolver, acontece. Vai doer? Vai, mas estamos veios pra saber que dor de amor passa.
Sei que sou feliz sozinha também, e ele também vai ser. Escolhemos estar juntos porque isso TAMBÉM nos faz feliz, e não por medo de perder, medo de estar sozinha, medo de “não ter opção melhor”. E se um dia não fizer sentido pra ele, ou pra mim, tudo bem.
Rede de apoio na estrada
Quando estamos na estrada sozinhos não temos algo que é importante ter: rede de apoio. Não temos aquele ombro amigo pra nos acolher que já nos conhece, sabe nossas dores, sabe o que passamos. Muitas vezes nem temos alguém para nos fazer um chá quando estamos doentes. Ou então, alguém para desabafar mesmo, poder sentar na praia e falar pra esvaziar a mente e pedir um abraço no final.
Na verdade, quando comecei a namorar ele logo virou minha rede de apoio nômade, era a pessoa a quem eu recorria sempre que queria. Mas ele não pode ser minha única rede de apoio, e eu demorei a entender isso. Eu preciso de outras pessoas para poder também desabafar, me acolher, interagir, me divertir junto. Ele não é obrigada a atender as minhas necessidades, expectativas, vontades…
Imagina que peso gigante ser a ÚNICA rede de apoio de uma pessoa?
Até porque eu não vou gostar de conversar sobre tudo que ele gosta, não vou gostar de fazer todos os rolês que ele quer e nem ele os meus. Ele não vai me “preencher” em tudo, e nem eu vou “preencher” tudo na vida dele. É por isso que precisamos de outras pessoas para poder conversar sobre o que amamos, fazer o que gostamos. Por isso se chama REDE de apoio, uma infinidade de afetos com quem podemos contar.
Eu nem sempre vou estar disposta a conversar profundamente sobre sentimentos e traumas, ele precisa ter outras pessoas que possam ser rede de apoio pra ele quando eu não puder ser. Ele precisa ter pessoas que queiram conversar sobre coisas que ele gosta, e eu não. E vice versa. Ele precisa ter outras pessoas na vida dele, é muito injusto que uma única pessoa seja a nossa REDE.
Idealização de casais na estrada
Só para finalizar, porque acho que já falei um bocadinho… a gente recebe muita mensagem de: “casal dos sonhos”, “casal perfeito”, “quero isso”. Realmente, achar uma parceria para dividir esse estilo de vida, visão de mundo, não é algo tão simples. Mas não se enganem, até chegarmos em conseguir viajar sozinhos hoje foram muitas, muitas, muitas, muitas conversas.
Nunca temos como saber como é aquela pessoa de verdade nas redes sociais, ela não mostra os dias ruins. Imagina só então um casal expor as DRs deles com a mundo?
Foram muitas e muitas cabeças batidas na parede pra gente se entender como casal. E tudo o que eu falei aqui é como funciona para NÓS, NESSE relacionamento. Se um dia terminarmos, pode ser que isso já não faça mais sentido pra ele e com a futura pessoa que ele estiver. Não adianta pegar a receita de alguém e tentar replicar para você também.
Pare e pense, do fundo do seu coração, o que você espera de um relacionamento, o que você não abre mão, os seus limites, acordos, e até mesmo se seria não-monogâmico ou não.
Por que continuo viajando sozinha
Se para estar com alguém tenho que abrir mão da minha individualidade, de fazer algo que amo e que me faz feliz: não quero. É um preço muito alto a se pagar.
Viajar sozinha é um tempo de dedicação pra mim, pensar nos meus sonhos, no que eu quero pra minha vida, sem ter que ficar me encaixando nos planos de outros. É uma forma para me conhecer melhor, a me amar, me admirar. Um tempo para observar quem sou eu hoje, o que mudei, de pensar nos planos futuros.
E, por mais besta que seja, pensar para uma pessoa só. Onde EU quero ir amanhã? O que EU quero fazer? Ainda mais viajando juntos, como é o nosso caso, vamos flexibilizar nosso roteiro para que os dois possam curtir os lugares. Mas pensar só em um é muito bom também.
Que a pessoa entenda que eu vou continuar sendo a Lanna, que gosta de viajar sozinha e vai ter os momentos em que precisa de silêncio e solitude (de preferência perto do mar) para entender o que quer pra ela. Para escrever a própria história.
Por fim, é justamente nessa liberdade que a nossa admiração pelo outro só cresce, que nosso orgulho de nós mesmos se intensifica e que transbordamos isso no nosso relacionamento. Então, se alguém acha que não “nos amamos o suficiente” e por isso viajamos separados: essa é a nossa forma de amor. É onde me sinto livre para ser quem sou, fazer o que amo e ainda ter o apoio de um parceiro que me incentiva a ir mais longe do que eu mesma imagino que posso ir.
Se isso não é amor, eu não sei o que é.
⚠️ Alertinha do amor
Esse texto é uma visão pessoal, não existe forma certa ou errada de se amar (desde que não seja um relacionamento abusivo, manipulador, CLARO). Não existe fórmula certa, busquei trazer questionamentos que tenho sobre amor e relacionamento que venho tendo na estrada e quis compartilhar com vocês. Só você vai saber o que busco num relacionamento amoroso, ninguém vai poder dizer por você.
Apenas isso ❤️
Respostas de 8
Este modo de vida desapegado, aventureiro onde o outro é só uma passagem pela vida sem grandes apegos, onde a opinião do outro é opcional, parece algo artificial, sugere leveza mas é simplesmente a falta total de compromisso para com o outro.
tirando as palavras romântizadas e sendo direto, querem apenas um parceiro sexual.
Acho curioso que o meu esposo viajando sozinho ninguém fala isso. Nós temos MUITO compromisso um com o outro, não é a toa que estamos 4 anos juntos. Tanto é que apoiamos um nos sonhos dos outros, mesmo que os sonhos dele não me incluam, porque pra mim isso é amor. O dele de peregrina e ficar mais de 1 mês andando sozinho, e o meu de viajar fazendo trabalhos voluntariados no meio da natureza. Cada um com seu sonho e apoio dos dois. Ele não é opcional na minha vida, ele é prioridade, mas eu também sou minha própria prioridade. Todos deveriam se tratar como prioridade na própria vida, triste é viver o sonho e a vida do outro, seja quem for.
No final do texto você diz: é onde eu me sinto livre para ser quem eu sou, fazer o que amo. Então quer dizer que quando você está com ele ou viajando com ele (algo que não consta no texto) você não se sente livre? Não se sente você mesma? Quando está com ele você se sente a personagem “namorada” ? E quando você está viajando sozinha você se sente a Lanna?
Oi Nat, vou te responder por partes para ficar mais fácil 🙂
Toda viagem com outra pessoa, seja com namorado, amigos, familiares, vai mudar a forma como viajamos. Porque precisamos nos comprometer com os gostos da outra pessoa também. Não é só onde eu quero ir, é fazer um planejamento que tenha o que eu gosto, o que a outra pessoa gosta, e o que os dois gostam. Não é só sobre onde eu quero ir comer, é onde tem opção para os dois comerem. Claro que quando estou com ele eu saio sozinha para fazer atividades que só eu quero fazer e ele não, mas mesmo assim, temos que abrir mão e adaptar para ficar legal para todos que estão na viagem. É por isso que eu digo que a viagem só é 100% minha quando estou sozinha, porque é quando eu tenho total liberdade para tomar toooodas as decisões pensando em mim e no que eu quero.
É legal viajar acompanhada? É legal também, tem muitos pontos positivos, mas também tem pontos negativos. Assim como viajar sozinha tem seus lados ruins e lados bons. Como viajamos juntos há 4 anos, separamos pelo menos 2 meses por ano para viajarmos separados, sozinhos. Ele vai fazer as vontades dele e eu vou fazer as minhas, dedicar um tempo pra nossa relação com nós mesmos. A gente sempre fala que no nosso relacionamento tem 3 cuidados: eu comigo mesma, ele como ele mesmo, e nós dois. Viajar sozinhos é uma forma que nós dois gostamos de cuidar de nós mesmos. Quando estou com ele eu sou 100% Lanna na minha personalidade, em quem sou, até porque se eu mudasse quem sou nem estaria com ele. Mas a viagem não é 100% minhas escolhas no dia a dia, e nem 100% as escolhas dele, é um compromisso.
Quando nos conhecemos nós dois estávamos viajando sozinhos há aaanos, é algo que os dois amam. Por que parar de fazer algo que amamos só porque estamos em um relacionamento? mesmo que não inclua o outro, por que parar de fazer algo que amo? Conversamos muito sobre isso. Eu falei no texto que viajar sozinha me aproxima mais de mim mesma porque por vezes caio na besteira de que “sou mais corajosa quando estou viajando com ele” e outras baboseiras, mas é só eu viajar sozinha que eu me lembro que sou muito corajosa do que penso, mesmo sem ele. Qualquer rotina intensa com outra pessoa tem esse risco de esquecermos quem somos quando não temos influência de mais ninguém. Tanto que tem pessoas que até esquecem quem são quando terminam um relacionamento (!!!). É por isso que nós dois conversamos muito sobre sempre estar cuidando de nós mesmos enquanto estamos juntos, o que faz a gente até ter mais carinho e disposição para cuidar do nosso relacionamento.
Não sei se fez sentido pra você o que eu falei. Se ficou alguma coisa confusa, só falar! 🤗
Poxa, eu achei isso super bacana, eu penso dessa mesma forma, cada pessoa tem seus sonhos, raramente se acha alguém com os mesmo sonhos que os seus, então essa idealização de que estar juntos é uma só pessoa, é algo tão vazio e egoísta, mas as pessoas preferem viver assim, como dizem é o que se tem pra agora, e as pessoas que pensam diferentes, saem desse cazulo de que amor é grude 24 horas, conseguem viver melhor melhor, tendo relações mais saudáveis e podem ter experiências agradáveis do que estando em uma relação onde parece uma prisão, sem um ou outro não faz nada, muito triste isso, parabéns pela sua história.
Oi, Raul! Pois é, eu e meu parceiro temos muitas conversas sobre isso de ser um casal 24h, sempre que um vai o outro está atrás. Tem muitos casais felizes assim, mas isso não é algo que queremos. Nós falamos que temos 3 cuidados no nosso relacionamento: eu comigo mesma, ele com ele, e o nós dois. Sem cuidarmos de nós antes, não temos nem vontade de cuidar de nós. Senão é o que você falou: vira uma prisão e a pessoa pode até correr o risco de esquecer quem ela é fora daquela relação. Feliz que gostou do texto! 💛
No final do texto você comentou: É onde me sinto livre para ser quem sou, fazer o que amo. Então quer dizer que só viajando sozinha você se sente livre para ser quem você é? E quando você está com seu namorado você só é a personagem “namorada” ? E quando está viajando sozinha você é a Lanna? Você programa viagem com seu namorado?
Respondi em um outro comentário que você fez (não entendi se foi um bug do site) 🙃