Patagônia e suas rajadas de vento

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O que você vai ler nesse artigo

Viajar sozinha pela Patagônia é sonho de muitas pessoas. Chegar perto da última cidade do mundo, Ushuaia, e ver a paisagem com os próprios olhos. Frio, geleiras, montanhas, cordilheira dos Andes… tem uma frase que dizem na região que é: a Patagônia é viva. Ou seja, respeite a natureza!

Laguna de los Tres  |  El Chaltén, Argentina

Tudo começou quando estava planejando meu próximo, e rápido, mochilão sozinha. Destino: Argentina e Uruguai durante os dias que tive de recesso. Resolvi que El Chaltén, a cidade das trilhas na Argentina, TINHA que estar no meu roteiro. E assim foi! 

Cheguei no vilarejo dia 24 de dezembro, uma semana após o início da viagem, às 22h e o céu ainda estava claro – mas ventava muito. Chegando no hostel, dei de cara com um casal de italianos, que eu tinha conhecido 3 anos atrás na Bolívia e que nunca tinha trocado contato, Aldo e Michela eram uns fofos e compartilhamos da ceia e das lembranças da viagem.

O dia seguinte iria fazer a tão esperada trilha Laguna de los Tres. O dia não amanheceu muito bonito, mas a ansiedade era grande. Fiz a primeira parte da trilha até o Camping Poincenot, lá conversei com alguns guias que disseram que o clima não estava muito adequado para continuar, mas mesmo assim estava determinada em chegar ao final. Foi aí que tudo começou…

Trilha sozinha na Patagônia

Foram mais de uma hora e meia de sumida numa temperatura não muito agradável (risos). Para quem conhece, os ventos patagônicos são famosos por um certo motivo, são MUITO fortes. A sensação térmica era negativa e o cansaço estava no topo.

Quando cheguei aos pés da Laguna comecei a sentir os flocos de neve, lá encontrei apenas uns loucos gatos pingados que como eu, resolveram concluir a trilha. Após tirar 2 fotos e correr para a descida, já que não sentia meus pés e minha mãos, percebi que ainda tinha todos os 13 km de volta.

Foram vários momentos de reconexão e de alucinações também, histórias para contar num bar com cachaça. A volta era eterna e solitária, pude refletir sozinha por horas achando que não chegaria viva já que não sentia mais minhas pernas, o frio doía e os ventos cortavam. O ápice foi a hora que tive que me jogar no chão para não ser arrastada por uma rajada de vento – “dessa não me safo” – pensei.

Depois de 3h do início da descida, consegui avistar a cidade e todo seu charme. Não pude conter as lágrimas, a sensação de plenitude era inexplicável. Chegando no hostel encontrei my friends, e a noite acabou em vinho e gargalhadas.

Mais histórias sobre América Latina: vem aqui conferir!


Continue acompanhando a viajêra Nagila Cardoso no @nagi_cardoso

Dica do Elas 🌻

Que aventura a da Nagila ein? Rendeu uma boa história, mas aqui vai uma dica também: para fazer uma trilha sozinha é importante conhecer a região minimamente, entender as condições daquele lugar. Se você não conhecer e estiver insegura de fazer sozinha, contrate uma ou um guia local que vai te mostrar o caminho, ter mais conhecimento para lidar com imprevistos e ainda te ajudar caso tenha algum problema.

Existe inclusive um filme brasileiro sobre a história de um carioca que foi se aventurar no continente africano e acabou desafiando a natureza e o próprio corpo ao fazer uma longa trilha sozinho. O filme se chama Gabriel e a Montanha, que não tem uma história feliz, digamos assim. Inclusive a Lanna, criadora da comunidade Elas Viajam Sozinhas gravou um episódio no podcast Mochileiros Sem Pauta sobre o que podemos aprender com o filme.

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