Mochilão com a filha

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O que você vai ler nesse artigo

Imagine só fazer um mochilão com a filha? Nesse relato a Janah compartilha mais de algumas aventuras dela com a pequena!

Por Janah Leite do @maeefilhatrips

Viajar é um ato libertador, que nos faz tirar as amarras de vários pré-conceitos que adquirimos ao longo da nossa trajetória de vida.

Sempre viajei desde criança, fui escoteira por anos, desde 3 ou 4 anos já participava do Movimento Escoteiro, fui até aos 16 anos, onde tive que começar a trabalhar e ter outras responsabilidades e também viajava bastante pois era competidora de natação, então a viagem sempre foi muito presente na minha vida.

Aos 23 anos a Maria nasceu e tive que mudar meu ritmo e modelo de viagens, porém, agora eram viagens que não eram trabalho, competição, apresentação, era uma forma mais livre de viagem, ia a hora que queria e fazia tudo a hora que queria. Comecei a viajar com a Maria desde seus 2 anos.

Já viajamos por diversos lugares, mais o Mochilão pela América do Sul, foi incrível, todas as nossas viagens foram incríveis, cada uma com sua história. Vou contar para vocês sobre como é fazer mochilão com uma criança, bom…muitos me chamam de louca, pois sempre levo meu pacotinho por aí.

Curti bastante a vida antes de ser mãe. Então quando ela nasceu, me propus sem nenhum arrependimento: SER MÃE! Uma mãe mochileira diga-se de passagem!

América do Sul

Quando a Maria tinha uns 2 anos, comecei a pesquisar praias com águas cristalinas no litoral norte de SP e comecei a me deparar com blogueiros de viagens, youtubers de viagens, comecei a ver que sim, era possível viajar barato e tinha lugares paradisíacos bem perto.

Voltando ao Mochilão…vi que era possível e comecei a me planejar, mas mesmo se planejando, uma viagem de muitos dias, nunca sai da forma que desejamos, nem adianta se programar tanto.

Teve cidades que nem quis ficar e outras fiquei vários dias, pois o bom é chegar no local e sentir sua energia. É isso que é termômetro da viagem, a energia do local, não o roteiro mirabolante de lugares turísticos na lista top de alguém, pois o que mais importa e me marca são as amizades e conversas à toa que tenho na recepção de um hostel ou conversando com um artista de rua numa praça aleatória que paramos para descansar.

Anjos de viagem

Nessa viagem começamos por Assunção/Paraguai, após fomos para Salta/Argentina, lugar que amamos. Tivemos problemas na imigração Paraguai/Argentina, eu não tinha endereço da onde iria ficar e também não tinha internet, pois só usava internet nos lugares que tinha Wi Fi, mas um rapaz atrás de mim na fila se ofereceu e me deu seu endereço. Eu nem tinha pensado nisso, mas na estrada os problemas que acontecem, sempre tem uma solução ali mesmo, a estrada resolve…sempre resolve.

Tive vários perrengues durante a viagem, aqui pelo Brasil também, mas isso faz parte da viagem e é isso que torna a viagem excitante, pois quando olhamos todo o percurso para chegarmos aonde conseguimos, temos muito orgulho de nós e vemos que somos capazes de ir ainda mais além. Nesse mochilão tive a certeza que posso sim dar uma volta ao mundo e não preciso ser milionária! 

Mochilão com criança

Um mochilão com uma criança, de verdade, não tem nada de surreal. A Maria já viaja desde os 2 anos, não é uma criança fresca ou cheia de manias. Ela já nasceu aberta para o novo, isso facilita. E só vamos!

Uma coisa que para um próximo mochilão vou me atentar, é levar dinheiro em espécie. Tive muita dor de cabeça com cartão de débito, não porque não existia o caixa-eletrônico, mas alguns não funcionavam o meu cartão. 

Na fronteira Bolívia/Peru, os 3 caixas-eletrônicos na cidade de Copacabana/Bolívia, não funcionavam. Fiquei desesperada, chorava de desespero. Deixei a Maria no hostel lá na Bolívia e fui resolver isso, pois as moedas que tinha do Peru não conseguia pagar para nós duas.

Um boliviano me deu a ideia de voltar no Peru para sacar dinheiro lá. E lá fui eu, peguei uma van até a fronteira e mais um tuc-tuc até o centro da próxima cidade, fiquei com medo de não conseguir sacar dinheiro no Peru e não ter dinheiro para pegar a van de volta para a Bolívia, onde a Maria estava.

Era cerca de 15 minutos da fronteira de van, da fronteira até o centro da cidade segui a pé, chorando pela estrada. Quando passou um tuc-tuc e mandou eu subir, eu disse que não tinha dinheiro, mas ele insistia. Eu subi chorando, ele me levou até um caixa-eletrônico e não saiu dinheiro, ele me levou em outro, me ajudou. Outro rapaz que estava lá no banco também me ajudou  a apertar os botões, pois estava nervosa e finalmente saquei meu dinheiro.

Saber que você tem dinheiro e não conseguir sacar é a pior sensação do mundo. O tuc-tuc me levou de volta para a fronteira, dei uns 20 soles para ele, a corrida custava 1 boliviano. Entrei na van e já desci em frente ao hostel e a Maria estava lá sentada me esperando. Comprei a passagem para La Paz (Bolívia) e fomos embora.

Nosso próximo mochilão será pela Europa, já vou fazer um cartão de banco internacional para poder sacar em paz meu dinheiro lá e também levar em espécie. Desse perrengue não quero passar mais, esse e também comprar um chip de internet para nós duas!

Novos olhares

Nessa viagem pude analisar junto com minha filha a situação de pessoas menos favorecidas, ela tendo oportunidade de vivenciar de perto o quão o mundo é desigual, que não temos que reclamar da vida, pois temos de tudo, acordamos, respiramos e comemos.

Vimos muitos em situação de miséria, não quero que minha filha só se limite a vídeos de YouTubers da idade dela, que a única preocupação é sobre comprar e comprar e nunca estão felizes. Podemos ser felizes com o que realmente precisamos, sem futilidades.

Aprender a valorizar o simples da vida

Em uma viagem a Chapada dos Veadeiros (Goiás) em 2015, foi uma viagem muito enriquecedora também. A Maria aprendeu a apreciar a lua, o nascer do sol, pois como pais, temos que ensinar sim essas coisas. Claro ensinar o que achamos importante, pois cada um gosta de algo. 

Vi naquela viagem que ela realmente entendeu a importância do simples. Ser simples não é sobre não ser próspero e sim saber que não precisamos do que não vamos usar de fato para sermos felizes. O dinheiro é um facilitador e devemos buscar a prosperidade sem futilidades.

A viagem nos transforma

Cada viagem nos transforma, nos faz mudar algo dentro de nós, que nunca mais será o mesmo. Aprendemos a dar valor no hoje, mesmo sempre planejando o futuro, não nos preocupamos mais com coisas corriqueiras, pois sabemos que o universo sempre conspira para um bem maior. E se não deu certo, outro dia vai dar certo ou vamos mudar para outros planos.

Ser viajante faz com que nos tornemos mais sensíveis ao que acontece no mundo, nos tornamos mais conscientes do poder que nós temos em mudar a realidade de quem está perto de nós. Temos a sabedoria que não vamos mudar o mundo, mas mudando nós mesmos a cada dia, já é uma grande ajuda para o planeta. 

Uma viagem faz a gente pensar no que estamos fazendo, se estamos na profissão certa, no relacionamento certo, na amizade certa. Vemos que não temos tempo para perder com quem não acrescenta, isso faz bem para a alma e traz paz para a nossa mente. Ter paz é melhor do que ter razão, não mais nos preocupamos com o que o outro pensa de nós, o que ele pensa de nós é um problema dele, não nosso.

O que você está esperando para viver teu sonho?

A vida toda sempre ouvi que não iria conseguir as coisas, que não ia conseguir pagar faculdade, me formei. Que não ia passar no concurso, sou servidora municipal. Não iria ter minha empresa, estou montando e migrando para o nomadismo digital para viajar mais em paz e com mais conforto também. Talvez você esteja tendo o sonho de outra pessoa, faça o teu sonho acontecer!

Eu tive e tenho vários seres desocupados sempre dizendo e colocando obstáculos nos meus sonhos e sempre estou pulando todos. Nunca fui de dar ouvidos, colocar uma meta e seguir em busca dessa meta, dure o tempo que for, não é do dia para noite que temos as coisas. Tem um percurso, temos que respeitar e ter paciência.

Comece a traçar o que você quer e veja o que precisa para chegar nesse objetivo e esqueça o resta. Tenha sua única coisa para se preocupar e o resto não vai te atrapalhar, e ninguém, pois você já traçou.

Tenha foco e confiança, fique sempre perto de pessoas que te ajudam no teu sonho e não os que jogam água, pois para ser um viajante profissional, você vai ouvir sempre que é impossível. Eu estou dando jeito, mesmo tendo que ter dois gastos, pago viagem para 2 e dou meus pulos e estou indo.

Minha prioridade de vida é viajar e então tudo que faço é em prol a isso, minha vida fica mais fácil administrar. 

Não deixe seus sonhos apenas serem sonhos!

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