Quão grande é o estereótipo da mulher brasileira no exterior?
Sem dúvidas, tomar a decisão de morar fora do Brasil por um tempo foi a decisão mais acertada da minha vida. Mas, antes de ir, muita gente me contou sobre as dificuldades de adaptação cultural, linguística ou temporal, e eu estava completamente preparada para enfrentar todas elas. Mas ninguém me contou sobre a xenofobia e os estereótipos que eu sofreria por ser mulher e brasileira.
A mulher brasileira ao longo da história recebeu uma fama injusta. Não sei dizer o porquê, mas acredito que seja por conta da nossa relação muito bem resolvida com o nosso corpo, da qual não vê problema em mostrá-lo. Ou da nossa simpatia, que muitas vezes é confundida com interesse.
O problema é que esse estereótipo ficou preso no tempo e perdura até hoje.
Minha experiência
Eu morei em Portugal, país de origem de grande parte da minha família. Devido à relação histórica e familiar, imaginei muitos cenários difíceis no país, mas nunca por exemplo o de ser chamada de “puta” dentro de um restaurante turístico. Nem o de se sentir inferiorizada por homens europeus por conta da minha nacionalidade ou ainda de se sentirem à vontade para determinados comentários.
Ser imigrante é uma luta e uma vitória diária. Recomendo e faria de novo quantas vezes fossem necessárias, porque o que crescemos e vemos não correspondem ao tempo normal das coisas. Tudo se intensifica e se sente. Mas é resistência. Especialmente como mulher brasileira e latino americana, temos que ser resistência todos os dias.
O conselho que eu dou é: se com práticas machistas e xenofóbicas alguns pensam que podem nos impedir de ocupar… me desculpem, mas vamos continuar e vão ter que nos aturar… porque a gente é brasileira meuamô, e se tem uma coisa que brasileira é, é resistente!
🌻 | Continue acompanhando a viajêra Luana Andrade no @luanaluandrade . Aliás, acompanhe ela também no projeto pessoal dela The World For She, que tem o mesmo objetivo do Elas Viajam Sozinhas: incentivar e dar dicas para as mulheres conhecerem o mundão afora na própria companhia!
Dica do Elas 💥
Estar o tempo todo em alerta, tomando cuidados, evitando lugares, e pensando nos próximos passos é cansativo. Apoio emocional é muito importante nessas horas quando estamos viajando sós ou quando estamos imigrando para outro país. De fato, por sermos mulheres enfrentamos desafios extras (se for uma mulher negra, mais desafios ainda), e procurar apoio ajuda e muito.
Importante falar também que a culpa de um assédio não é sua. Porque muitas vezes nos julgamos por ter feito isso, ter ido a tal lugar, ter voltado tal hora. A culpa nunca é nossa.
Um projeto que vale muito a pena ser compartilhado é o Brasileiras Não Se Calam . O projeto reúne relatos de mulheres brasileiras mundo afora e suas experiências com assédio, julgamentos, xenofobia, e muito mais. Além disso, elas também oferecem um grupo de apoio emocional, psicológico e jurídico. Vale a pena demais conhecer esse projeto!
Inclusive, vem conferir o Instagram delas e ler os relato, clica aqui!