Se hospedar a primeira vez no hostel pode ser assustador, mas também pode te render lindas histórias, amizades e te mostrar uma parte sua que nem você conhecia!
Paraty, RJ – Setembro de 2015 | Por Vanessa Felix
Eu queria ter liberdade de fazer viagens sem depender se ia ter companhia para viajar, e ao mesmo tempo eu queria baratear os custos das minhas viagens de modo que eu pudesse viajar mais vezes gastando menos. Hostels!
Mas quando eu teria coragem de simplesmente me hospedar em um hostel sozinha? E pior, ficar em quarto coletivo, com vários desconhecidos ao meu redor. Já tinham me dito que eu faria amizade facilmente, que ambiente de hostel é excelente para viajantes solo. Eu tinha minhas dúvidas mas estava cada vez mais instigada com a ideia.
Às vezes, quando a gente não consegue enfrentar o medo de frente, a gente tem que usar algumas estratégias para “enganar” o medo. Igual a criança quando tá aprendendo a andar de bicicleta, o pai segura a garupa da bike com uma das mãos e diz “pode ir, tô segurando”… e quando menos se espera a criança já está pedalando sozinha porque o pai já largou a bike há muito tempo sem ele perceber.
Pois é, eu fiz assim: Reservei um hostel no centro histórico de Paraty, que fica a exatamente 45 km de onde eu moro (basicamente a mesma cidade que eu vivo hahahah), peguei meu carro e fui. O plano era super seguro, se começasse mal eu já saia correndo, pegava o meu carro e em menos de 1 hora estaria no conforto do meu lar. Perfeito!
Como fazer amigos no hostel?
A cidade estava movimentada por causa do festival de fotografia Paraty em foco. Eu fiz o check in já era noite. Fiquei na área comum que consistia em uma varanda com uma mesa grande de madeira (devia ter lugar pra umas 15 pessoas sentarem), um bar, uma piscina e outras mesas menores. Havia vários grupinhos interagindo, mas eu me sentei afastada de qualquer grupo, não conhecia ninguém afinal.
Fiquei mexendo no celular pra disfarçar a timidez. Completamente deslocada só conseguia pensar que essa ideia de hostel fora um engano, afinal o que eu estava fazendo naquele ambiente?
Me refugiei na sala de TV. Me senti aliviada por não ter nenhum grupo ali para observar que eu estava completamente deslocada. Antes que eu pudesse pensar em desistir e voltar pra minha casa um rapaz se sentou ao meu lado e perguntou onde estava o controle remoto da TV. Nos apresentamos e ele me levou pra conhecer a galera dele. “Vamos lá fora, vou te apresentar as meninas!”
Em menos de 10 minutos eu já estava sentada naquela mesma mesa grande de madeira que me intimidava uma hora atrás, tagarelando com um grupo de pessoas aleatórias de tudo que é canto: Porto Alegre, Sampa, RJ, Nordeste, Alemanha, Austrália e Estados Unidos.
A partir daí, combinamos vários passeios juntos, praia, barzinho e muitas fotos pra ficar na lembrança. Trocamos contatos e criamos um grupo de WhatsApp que existe até hoje. Algumas pessoas eu consegui levar pra frente a amizade e manter um contato mais próximo apesar da distância geográfica. Inclusive, já tive alegria de compartilhar mais viagens com alguns do grupo!
Depois disso? Eu não parei mais! Morei do outro lado do mundo, fiz uma viagem sabática pela Europa, fiz um mochilão pela América do Sul e ainda tô cheia de projetos pro futuro.
Não é sobre não ter medo, é sobre seguir caminhando e deixar os seus medos se surpreenderem com o que você é capaz de realizar.
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