O que acontece quando você viaja pra Hungria pra fazer um trabalho voluntário e acaba ganhando uma família?
Hungria | Outubro 2018 – Por Raíssa Palma
Minha primeira viagem internacional também foi a primeira sozinha. Fui fazer trabalho voluntário na Hungria, país que eu nem sequer sabia a língua (eles falam húngaro).
Senti o medo bater quando me dei conta que quase ninguém compreendia meu inglês, a única coisa que achei que ia me garantir ali. Mas como já tinha embarcado na aventura, não dava (e nem queria) mais voltar atrás.
Morei na casa de uma família húngara num vilarejo de 10 mil pessoas e queria explorar tudo o que era possível. No primeiro dia lá, parti pra capital e fiz questão que me ensinassem a usar o transporte público. Com certa dificuldade, consegui chegar ao destino e passei uma deliciosa primeira noite em Budapeste. Mas na hora de voltar, perdi o horário do ônibus, do trem e, pra completar, ninguém ao meu redor falava inglês pra me ajudar com informação. Quis chorar compulsivamente, mas respirei e encontrei um moço que sabia falar inglês e se dispôs a me ajudar a voltar pra vila.
O episódio foi bem mais tragicômico do que esses 1500 caracteres comportam, a questão é que ficamos amigos e cerca de 1 mês depois, soube que não ia ter mais onde morar, pois meu projeto acabaria antes da hora. Sem titubear, o mesmo moço (agora um colega) me disse que eu poderia morar com seus pais húngaros que não falavam um “a” de inglês. No desespero, topei. Melhor coisa que fiz.
Encontrei neles uma família de verdade, que me fez sentir em casa e tão querida como jamais pensei. Sorte a minha que logo na primeira viagem fui presenteada com pais e irmãos de coração.
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