Os imprevistos na estrada sempre acontecem, e é por isso que dizemos que adaptação na viagem é importante. Nesse texto a Duda nos conta mais sobre algumas adaptações que teve que fazer.
Santini, Grécia | Maria Eduarda Krauss
O ano era 2010 e eu estava com 19 anos. Havia me mudado para outra cidade sozinha e perdido meu pai no ano anterior. A fase era de adaptação. Surgiu a oportunidade de morar na França por um ano. Ir sozinha, para um lugar que eu nunca tinha ido, de mala e cuia. Fui.
Janeiro de 2011. Cheguei na cidade que moraria e tudo era cinza. E frio. Muito frio. Minha “casa” tinha 10m quadrados e paredes todas mofadas. Mas a vizinha estava de mudança e me ofereceu uma lata de tinta que ia jogar fora. Nunca tinha pintado uma parede antes, mas aceitei. A gente aprende. Pintei a parede, fiz uma penca de amigos, viajei muito.
Voltei para o Brasil, me formei. Embarquei em outra jornada sozinha, para outro país que não conhecia ninguém. Agora, 5 anos depois, ainda estou na Inglaterra e posso dizer que a gente se adapta. E se adapta mais rápido do que imaginamos. Ao estilo de vida, a ficar sozinha, a aceitar as oportunidades da vida, a lidar com as expectativas.
Nem tudo são rosas viajando sozinha e até hoje evito, por exemplo, sentar em um restaurante para comer sozinha. Compro um sanduíche e como na praça, na praia, etc. Até não aguentar mais comer sanduíche e me render a um jantar só. Outra coisa que nunca imaginei é sair para balada/festa sozinha. Até que queria ir em um festival de música em 2016 e não tinha companhia. Comprei o ingresso, tentei controlar as expectativas antes de ir e foi sensacional.
No fim, nunca mais deixo de fazer nada por falta de companhia!
Dica do Elas
Viajar sozinha é saber sobre o que você gosta e o que você não gosta em você, nos seus hábitos, comportamentos e até sobre companhias. Tem gente que não gosta de acampar sozinha, ou de ir a uma balada sozinha. Todas temos limite, e viajar sozinha é também sobre descobrir quais são os nossos limites.
Por isso que dissemos: viajar sozinha é também sobre descobrir quais são os nossos medos, como e se queremos enfrentá-los. Nem todas vão querer pegar carona sozinha, e isso não faz a viagem menos especial que a de ninguém.
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