O que uma mãe sente quando uma filha conta que quer mochilar? Certamente uma mistura de tantos sentimentos que nem tem como descrever. Nesse relato a Rose conta um pouco mais como foi pra ela!
Colômbia, 2018 | Por Rose Dogo
Tudo começou quando minha filha mais velha, Lanna, resolveu fazer um mochilão pela América Latina. Ela juntou um bom dinheiro que daria para suprir a viagem. Pediu as contas de um trabalho que parecia muito promissor. Se distanciou de pessoas que pareciam ser para vida toda.
Ela estava em conflito, e eu, em frangalhos por não entender seus motivos, e muito menos aceitar aquela decisão. Ela se foi e me deixou a certeza que o olhar dela nunca mais seria o mesmo. Mas, o que eu não sabia, é que meu olhar também mudaria.
Ela quebrou todos os combinados, não seguiu o roteiro que fez com tanto cuidado.
… e foi o melhor que ela fez.
SIM … foram muitos perrengues, mas nada superou quando ela deu de cara com a solidão. Viu que a solidão é uma excelente professora, impiedosa muitas vezes, firme em outras, mas altamente eficaz. Fez com que ela olhasse para ela mesma e buscar companhia no próprio interior.
Intensificou sua coragem, que sempre foi maior que o medo, e quando não foi, ela deu um jeito de segurar a barra. Ela foi transparente comigo, me fazendo viver cada momento, sem aceitar e entender todo este processo. Nos machucamos, choramos, nos distanciamos.
Meu sofrimento parecia ser interminável …minha saudade também. Foi quando ela me fez o convite…
– Quer me ver? Vamos nos encontrar na Colômbia?
Convite aceito!
– Mas venha de mochilão, ein mãe?!
Embarquei no mochilão
Mas, agora, quem impunha os combinados era ela. E lá fui eu, de mochila nas costas. Foram os 10 dias mais incríveis, simples e sem planejamento que já vivi. Me fez sentir viva, como uma criança que não quer perder nem um segundo. Meu dia parecia ter 200 horas.
Mas o maior presente foi quando ela me mostrou, de forma clara e sutil, que eu não preciso conquistar “tudo” que julgo importante. Que de certa forma me escraviza e sufoca no dia a dia, para amanhã, quando for velhinha, “aproveitar a vida” com mais conforto.
Eu posso e devo aprender a viver desta forma no meu dia a dia, e isso se tornou meu lema: viver de forma leve, sem julgamentos, sem cobranças extremas, e com a maior empatia possível.
Meu Deus é maravilhoso, só tenho a agradecer o privilégio de escrever esta história, sei que muitas coisas estão por vir e nas mãos dEle está meu caminho, que ele esteja sempre entrelaçado com o seu @lsdogo e nas mão de Deus eu coloco a tua vida.
Te amo e obrigada por me salvar de todas as formas que um ser humano pode ser salvo.
Hoje eu entendo, eu sinto, eu vejo. ❤🌻
Continue acompanhando a mãe viajêra Rose no @rosedogo !
Quer ouvir mais dessa história? Confere esse episódio aqui onde Rose e a filha Lanna contam mais dessa louca experiência que viveram mochilando juntas pela Colômbia no podcast Mochileiros Sem Pauta!