Antes de viajar sozinha eu queria ter ouvido algumas dicas. A primeira viagem nos traz aquele sentimento confuso de felicidade, ansiedade, desespero, medo, coragem e confusão. Aqui vão algumas palavras para te encorajar!
Novembro 2017 – Por Lanna Sanches
Uma carta escrita por mim no primeiro dia de viagem, num ônibus de 30h, para me encorajar durante todo o trajeto.
Vem viajar sozinha
(C)ALMA
A expectativa que você carrega na mochila só pode ser sua. A carga, o peso, os medos, tudo. Não leve na bagagem nada além do que você pode, quer e precisa carregar. Joga fora o peso dos outros. O olhar, o julgamento, e principalmente, o medo que os outros têm do mundo.
Sim, parece loucura! Quem disse que não é? E quem disse que tem problema se for?! A loucura é sua e de mais ninguém. Você já abriu mão de tanto para viver isso, não pare agora.
NÃO PARE!
Problemas e perrengues virão para acrescentar em você como pessoa. Mas saiba o seu limite, você não é a mulher maravilha, e nem tem que ser. Não se prenda a essa viagem, se liberte nela. E lembre-se: você não deve nada a ninguém, fique o quanto puder, volte quando quiser. Desapega, nada te pertence mesmo. Falando nisso, larga esse celular, olha pra cima.
Não responda às expectativas dos outros. Visite os lugares que você quer conhecer realmente, e não porque quer tirar uma foto. Escolha os lugares que estão na TUA lista de vontade para conhecer. Quer passar um dia inteiro na praia? Ficar 3h num museu? Bater perna sem rumo? Não siga o roteiro de ninguém, faça o seu.
Escreva
Anote teus sentimentos, teus medos, tuas impressões, tuas reflexões. Você vai voltar e não vai se lembrar, anote para não perder essa sensação nova. Fale com você mesma, se conte as tuas histórias. Registre para lembrar, para se acolher e para eternizar.
Sabe esse medo que você está sentindo? Ele precisa ir com você. Esse frio na barriga pode claramente ser chamado de intuição, deixe esse sino interno que você tem te guiar. O teu medo vai ser o teu filtro, pode ser o teu limite. Cabe a você saber se esse limite é um medo porque é algo novo ou se realmente é um limite real. Saia da sua zona de conforto, mas não se obrigue a ficar no desconforto. Entenda que o que tem fora da zona de conforto pode ser algo que você gosta, só não sabia antes. Se permite se descobrir de outras formas.
Estranha essa sensação de início, como se na verdade eu já tivesse começado antes. Como se eu já tivesse embarcado na jornada há muito tempo. Tenho um sentimento dentro de mim que eu estou fazendo o certo, apesar do medo quase me dando pontadas na barriga, meu coração está em êxtase. Estar em movimento me preenche, como se eu estivesse no lugar certo, na rota certa, na companhia certa (eu mesma).
Solidão pode ser uma escolha
O eu-sozinha nunca foi muito cômodo para mim, não sei lidar com o não-partilhar, mas vou aprender nem se for a força. Não é natural do ser humano estar só, somos um animal coletivo. Porém se essa não for realmente eu, vou partilhar, compartilhar momentos com pessoas que conhecer pela estrada, mas vou seguir sozinha.
Vou conhecer pessoas, não estou fazendo um voto de silêncio. Conhecer o outro é conhecer a mim mesma, somos espelhos uns para os outros. Quero saber mais dos países que eu passar, da cultura, da língua, dos sabores, das gírias, da história, e também de outros países que cruzarem meu caminho (ou meu quarto de hostel).
Por fim, saber das suas vontades e preferências é essencial para agregar pessoas à sua volta também. É preciso saber quem você é, o que quer e gosta, para então poder oferecer companhia a outro alguém, seja família, amigos ou parceire de crime. E mais importante, para você mesma gostar da sua companhia.
Esteja aberta, esteja atenta, e aproveite a estrada ❤️
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