Imagine fazer trilha e acampar na Amazônia boliviana? Parece um sonho, mas também tem muitos desafios, físicos, emocionais e mentais. A Carol compartilhou como foi a experiência dela!
Amazônia boliviana – Maio, 2018 | Por Carolina Tieppo
“Tristeza, por favor vá embora”
As memórias gritaram como nunca no dia de hoje. É possível tristeza e alegria caminharem juntas? Ou, uma mescla delas?
Saímos do nosso refúgio para uma caminhada de mais de 20km na floresta. É muito bom, mas muito difícil, não a caminhada, mas outras dificuldades. Além da minha fiel escudeira (mochila), levava também um saco de dormir, um lençol, mosqueteiro (tudo amarrado na mochila). Caminhamos e caminhamos.
Depois de umas 3 horas caminhando, chegamos no primeiro acampamento, local do nosso “almuerzo” (almoço em espanhol)! Depois da siesta (aquele gostoso cochilo depois de comer), claro, continuamos o percurso até o nosso real acampamento.
Pensamentos na trilha
Caminhando com passos lentos, em alguns momentos descontrolados, sem atenção; a respiração oscilando, mas estávamos bem. Pensamentos a mil, não pararam num segundo. Cabeça girando, girando. Até onde vou assim? A natureza me encanta. Mas às vezes isso passa despercebido devido aos pensamentos que me tomam. Talvez uma pausa, pés no chão, digo na terra – aquele contato total – hora de enraizar, centrar, me firmar!
“Nossa! Carregar nossos itens é fogo hein! O que precisamos para uma noite na selva? O que vocês levariam?”
Um deck de madeira para os colchões, um banheiro, e um comedor: é esse o nosso refúgio da noite. Era 16h e estávamos tomando nosso cafezinho cansados, mas… “quem topa mais uma caminhada até o mirante?” TODOS!
Mas não contávamos com a chuva. O chão escorregava, era preciso atenção redobrada. Brincadeiras à parte, chegamos todos! Uau, que vista! E as queridas parabas rojas, como nossas araras no Brasil! Filma, tira foto. Volta e começa a escurecer! Curioso como nossa visão se acostuma com a claridade, a escuridão.
E o nosso coração, como fica nessa dualidade? Se acostuma também? Jantinha bem cedo. Fila para aquele banho gelado. Meu Deus! E depois? Cama? Podem ir dormir! Mas ainda são 21hs? Ok, podem se organizar e boa noite na selva com barulhinho dos animais!
Acompanhe a viajêra Carol Oliveira no @vivertrips | Relato escrito por @vivertrips – viagem como instrumento de transformação. Despertar dos sentidos, emoções e ações.
Dica do Elas 🌻
Sempre importante lembrar que existem passeios que a presença de um guia é essencial, essa é uma delas. A natureza é viva, e mesmo que nós estamos familiarizados com ela, os guias locais vão estar muito mais que nós. Afinal, não podemos nem nos superestimar e nem subestimar a natureza. Ter bons equipamentos também conta, mas ter alguém te ajudar no meio da natureza também!